sábado, 28 de fevereiro de 2015

O que é realmente o tal Evangelho de Jesus?

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho” (Hebreus 1.1,2).

Só há vida-liberdade espiritual plena e saudável quando se está no Evangelho, e nem sempre quem está na igreja-templo está nesse Evangelho. Uma fé fora do da mensagem de Cristo gera adoecimento espiritual em uma medida ou em outra. Por isso, quando alguém está fora do Evangelho passa a demonstrar sinais de fanatismo religioso, esquizofrenia, escravidão ao pecado, dentre outras doenças da alma.

Dessa forma, para que possamos entender nossa Liberdade em Jesus, precisamos entender o que é o Evangelho.

O Evangelho é o próprio Cristo. Ele é a personificação e a revelação plena da Palavra: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1.14). Tudo o que Ele viveu e ensinou é Evangelho.

Toda a Escritura que veio anteriormente a Jesus tinha como objetivo principal testemunhar acerca dele. Foi por isso que Filipe exclamou: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José” (cf. João 1.45).

Logo no começo da Bíblia, após o pecado do homem, Deus anuncia de forma rasa que haveria de vir alguém para destruir a cabeça da serpente que havia posto o homem naquela situação de separação de Deus (cf. Gn 3.15). A partir daí a revelação bíblica vai progredindo e o Messias que haveria de vir vai tomando forma pelo fato de que os profetas vão dando características mais profundas acerca dele. Vejamos algumas dessas características:

Moisés afirma que Ele seria profeta: “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18.15);

Filho de Deus: “Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.” (Sl. 2.7);

Sumo-sacerdote: “O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Sl 110.4);

Seria traído por alguém: “Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar.” (Sl 41.9);

O preço seria trinta moedas: “Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata.” (Zc 11.12);

Nasceria de uma virgem: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Is 7.14);

Locais onde Ele costumaria ensinar: “Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios. O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.” (Is 9.1-2);

Seria da descendência de Davi: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.” (Is 11.1-2);

Cidade em que nasceria: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Mq 5.2);

Longânimo e misericordioso: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito.” (Is 42.3);

Libertar-nos-ia de males espirituais: “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados” (Is 61.1);

Realizaria curas físicas: “Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo.” (Is 35.5-6);

Salvador dos gentios: “também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.” (Is 49.6);

Se entregaria a maltratos: “Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam” (Is 50.6);

Seria sacrificado em nosso lugar: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53.5);

Iria ressuscitar: “Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.” (Sl 16.10).

O Antigo Testamento está repleto de profecias que caracterizavam como seria o Messias, e o último profeta que testemunhou acerca dele foi João Batista. Por isso está escrito: “todos os Profetas e a Lei profetizaram até João” (cf. Mt 11.13).

As profecias que começaram de forma rasa foram tomando forma até que João aponta para Jesus e afirma de forma indubitável: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29).

Após a Lei cumprir seu principal objetivo de apresentar Jesus aos judeus, não havia mais necessidade de que ela continuasse em vigor, visto que um ensino superior havia sido trazido por Jesus, e esse ensino é o amor. Do amor se ramificam todos os ensinamentos de Jesus, e é baseado nele que o salvo demonstra sua mudança de vida resultante da fé. Afinal, como disse Paulo, “a fé atua pelo amor” (cf. Gl 5.6b).

Os líderes geralmente não gostam muito de amadurecer a consciência das pessoas no amor de Deus, posto dar mais trabalho, então preferem dar um “pacote” de coisas as quais elas devem fazer para andar conforme Jesus. Isso é triste porque a fé acaba se transformando em um “temor que consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprenderam” (cf. Is 29.13).

As pessoas precisam entender que o ensino de Jesus se ramifica do que ele resumiu em dois mandamentos. Um se refere ao nosso amor ao Deus-Pai, e o outro se refere ao nosso amor ao próximo. Vamos analisar pormenorizadamente cada um deles e entender o conceito que está por detrás de ambos.

1 – “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” (Mt 22.37).

Desse mandamento se ramificam os ensinos do Evangelho que não tem diretamente a ver com nosso próximo, mas a Deus. E o que Deus requer de nós não é porque Ele precise, mas porque isso retorna para nós em forma de benefícios para nosso crescimento espiritual. Assim, nosso amor a Deus volta como amor de Deus por nós!

Por exemplo, quando Deus requer nosso louvor, não é porque Ele precise. Ele tem miríades de anjos que cantam melhor do que nós. Mas Ele quer que louvemos porque o louvor faz bem ao próprio adorador, que ao cantar em espírito e em verdade traz para dentro d’alma uma paz profunda e um grande consolo adquirido da canção cantada.

Em 1 João 1.9 diz que devemos confessar os nossos pecados. Mas por quê? Afinal, se cremos, já somos perdoados por meio de Cristo dos pecados que cometemos no passado, presente e futuro! A verdade é que Deus não precisa ouvir nossos clamores diários de perdão. Ele requer isso de nós para o nosso próprio bem. Quando pedimos perdão, lembramos que somos pecadores e mantemos viva na nossa mente a lembrança dos pecados cometidos. Se não pedíssemos perdão, as nossas atitudes erradas nem seriam lembradas por nós como atos danosos, e cairiam na normalidade. O pedido diário de perdão é um exercício para não deixar nosso coração insensível em relação ao nosso pecado.

Quando Deus requer de nós que nos congreguemos com outros irmãos, não é que Ele precise que um grupo de pessoas se reúna periodicamente para bajulá-lo. Congregar faz bem para nós mesmos! Quando estamos cultuando a Deus em conjunto, somos beneficiados pela alegria de servir a Deus com pessoas que compactuam de uma mesma fé, somos edificados pelos irmãos mais experientes na Palavra, crescemos ao ver o agir de Deus no testemunho pessoal dos outros, recebemos exortações em amor quando negligenciamos alguma área da nossa vida. Enfim, congregar é essencial na vida espiritual do salvo, por isso é tratado com tanta importância em Hebreus 10.25.

Deus disse “Ide!” não porque Ele não pudesse ir, mas porque Ele sabia que faria bem a nós se nós fôssemos. Muitas pessoas pensam que pregar é uma obrigação do salvo, posto que se não pregar o nosso próximo não será beneficiado. Grande engano! A ordem da pregação é primeiramente para que o pregador seja edificado pela própria Palavra que vai pregar. Paulo disse: “ai de mim se não pregar o evangelho!” (cf. 1 Co 9.16). É interessante que ele não diz “ai do meu próximo!”. Isso porque quando eu prego o maior beneficiado sou eu, posto que a Palavra se internaliza com mais profundidade em mim, e ao pregar me mantenho em maior vigilância para que viva de forma coerente com o que ensino.

2 – “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22.39).

Amar nosso próximo é também uma forma de amar a Deus. Afinal, o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. E, semelhantemente ao primeiro mandamento, esse também retorna em benefício para o que o pratica.

Quando nós amamos nosso próximo na área dos relacionamentos, nós passamos por essa vida de forma muito mais tranquila, posto não incharmos nosso coração com sentimentos danosos como mágoa, rancor, raiva, inveja, cobiça e lascívia.

Além disso, evitar que sentimentos semelhantes a esses venham a nascer em nosso coração nos previne de praticar a consequência deles ao nosso próximo, que é o dano propriamente dito.

Por exemplo, Jesus disse que quando deixamos a lascívia criar raiz em nosso coração, e em nosso íntimo desejamos a mulher do nosso próximo, já estamos cometendo o início do adultério que, se não tratado, poderá sair das paredes do coração e se tornar um adultério na prática com a pessoa a qual estamos desejando. O que Jesus falou não tem nada a ver com desejar em seu coração a sua namorada ou alguém que você goste. Afinal, isso é completamente normal e sadio. O que não pode acontecer é adulterar em seu coração com uma mulher casada, pois isso pode evoluir para a prática física desse adultério, o que traria dor e sofrimento para ambas as famílias, quebrando assim o princípio do amor ao próximo.

O exemplo anterior pode ser aplicado a qualquer dos sentimentos que nascem do coração que, se não tratados, poderão se materializar em práticas nocivas ao próximo. Se dermos espaço à inveja, poderemos incorrer em falso testemunho; a cobiça pode resultar em furto; a mágoa redundar em vingança; a raiva em assassinato; e assim por diante. Por isso que está escrito: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.23).

E esse mandamento não se limita apenas a vigiar o coração para não praticar o mal contra o próximo, mas também nos induz a exercitá-lo na prática do bem. “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20.35).

Socorrer os necessitados não se limita apenas a dar um prato de comida a quem precisa, mas pela fé ajudarmos a todos sempre que tivermos a oportunidade de fazê-lo. Conforme a parábola do samaritano, devemos ajudar a quem está no nosso caminho, isto é, quem está no nosso ciclo de convivência, posto conhecermos a sua realidade.

Assim, devemos ajudar com alegria os nossos pais em casa, nos empenhar na cooperação mútua na empresa que trabalhamos, cuidar dos necessitados da nossa vizinhança e extrapolar o nosso coração de amor em todas as áreas da nossa vida.

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.” (1 João 3.14).

Esse é o testemunho que precisamos dar a sociedade: a prática genuína do amor. Isso que significa ser a luz do mundo, o sal da Terra e o bom perfume de Cristo.

Dar testemunho não é ficar discutindo sobre quantos centímetros sua saia deve estar abaixo do joelho, ou se você está usando o cabelo conforme a religião determina. Isso seria testemunho de loucura e fanatismo e não do genuíno cristianismo conforme Cristo.

Nosso guia de fé é apenas o Evangelho de Jesus. Afinal, tendo vindo Jesus, o Pai deixou claro no monte da transfiguração a quem deveríamos ouvir. Naquela ocasião, além de Jesus, estavam presentes Moisés (representando a Lei) e Elias (representando os Profetas), mas Deus falou: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.” (Mt 17.5). Essa narrativa é tão importante que está presente em todos os evangelhos sinóticos. Deus queria deixar claro para todos que Jesus era o único com direito a ter voz na Nova Aliança!

Quando falo que o guia do crente é o Evangelho de Jesus, estou dizendo que tudo nessa existência que queira ser tido como verdade tem que passar pelo crivo dele, inclusive a própria Bíblia.

Na época da Reforma Protestante, em meio a discussões sobre quais livros eram canônicos e quais não eram, Lutero proferiu aquilo que acredito ser a maior chave acerca da qual devemos usar para entender o que é Palavra de Deus ou não:

“Cristo é o Mestre, as Escrituras são apenas o servo. A verdadeira prova a submeter todos os Livros é ver se eles operam a vontade de Cristo ou não. Nenhum Livro que não prega Cristo pode ser apostólico, muito embora sejam Pedro ou Paulo seu autor. E nenhum Livro que prega a Cristo pode deixar de ser apostólico, sejam seus autores Judas, Ananias, Pilatos ou Herodes” (Martinho Lutero)

O que Lutero falou está em consonância com o texto de João 11.49-53:

“Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação. Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos. Desde aquele dia, resolveram matá-lo” (João 11.49-53)

Caifás foi um dos principais responsáveis pela perseguição e morte de Jesus. Mesmo sendo ele um ser horrível, em dado momento o que ele falou foi considerado Palavra de Deus. Posto que “sem querer” profetizou a mensagem da salvação, isto é, que Jesus morreria em lugar de todos.

Com isso, concluímos que a Verdade do Evangelho pode estar em qualquer lugar, desde que esteja de acordo com o ensino e vida de Jesus. Para Deus, não faz diferença se saiu da boca do apóstolo Paulo ou do terrível Caifás, se está escrito na Bíblia ou numa poesia escrita por um descrente que nunca ouviu nada acerca de Deus. Afinal, Ele age e se manifesta da forma que quer, e usa quem quer da forma que lhe apraz. Se em uma aldeia distante aonde nunca chegou nenhum missionário alguém resolver escrever numa pedra “não matarás”, será Palavra de Deus, mesmo que eles nem ao menos saibam disso. Afinal, tudo que conduz à vida e à piedade é de Deus (cf. 2 Pe 1.3), pois o ensino de Jesus é espírito e é [gera] vida (cf. João 6.63).

Há ainda um último ponto que precisa ser discernido: Jesus não é somente a revelação plena e final da Palavra, mas é também a chave para se interpretar o restante da Escritura. Nós não devemos ler Jesus a partir da Bíblia, mas sim ler a Bíblia a partir de Jesus. Isso nos prevenirá de tirar conclusões erradas acerca do que está Escrito.

“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras” (1 Tm 1.3,4).

A Bíblia já foi usada como base para criar as maiores heresias que essa Terra já viu. Os Mórmons, os Adventistas, os Testemunhas de Jeová, os Espíritas, os Católicos e os Evangélicos usam como base da sua fé a Bíblia, mas cada um tem sua própria interpretação e a grande maioria têm chegado a conclusões erradas acerca dela.

Qualquer um pode usar malabarismos com versículos bíblicos para se chegar a qualquer conclusão que deseje, mas não se passar pelo crivo de Jesus. Então, quando alguém vier lhe trazendo algum ensino, veja se esse ensino “concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo” contido nos quatro evangelhos.

Se alguém vier lhe falar sobre reencarnação, ainda que seja usando versículos bíblicos, procure em Jesus se ele tratou sobre isso; se alguém vier lhe falar sobre doutrina da prosperidade, ainda que usando versículos bíblicos, veja como Jesus tratou desse tema; se alguém vier lhe falar sobre guardar o sábado ou a Lei de Moisés, ainda que usando versículos bíblicos, veja como Jesus tratou esse tema; se alguém perguntar sobre divórcio, pena de morte, e qualquer outro assunto do dia a dia, simplesmente veja como Jesus tratou esse tema.

Como diria J. C. Ryle: “Tire a cruz de Cristo, e a Bíblia será um livro obscuro. Ela seria como os hieróglifos egípcios, sem a chave que interpreta o seu significado – curiosa e maravilhosa, mas sem qualquer serventia real.”

Afinal, em Jesus, “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (cf. Cl 2.3). Tudo que nos conduz à vida e à piedade está nele, e fora dele não há mensagem da parte do Pai que deva ser considerada.

Finalmente, é importante entender que quando falo de Evangelho com “E” maiúsculo, não estou me referindo aos quatro evangelhos contidos na Bíblia. Porque se esses quatro evangelhos tivessem todo esse poder, a mensagem da salvação não poderia ter sido pregada até por volta dos anos 70 d.C., pois até essa data nenhum deles haviam sido escritos ainda.

Portanto, quando eu falo em Evangelho, estou me referindo àquilo que falei no começo: a Palavra viva, o Verbo que desceu do céu, o próprio Deus encarnado em Jesus. Uma mensagem que está para além da letra morta, posto ser um espírito vivo.

É bem verdade que, diferentemente dos apóstolos, praticamente tudo o que eu conheço acerca de Jesus, conheço através do que está escrito. Porém, ao ler acerca do que Jesus ensinou e viveu, posso discernir os princípios da mensagem do Evangelho que estão ligados diretamente aos atributos do próprio Deus – o amor, que já foi falado aqui, a justiça, a bondade, a santidade, a onipresença, onisciência e onipotência. Foi por isso que Jesus disse: “quem me vê a mim vê o Pai” (cf. João 14.9). Esses atributos são eternos e imutáveis, mas a aplicação deles pode ser circunstancial ao contexto.

Assim, ao entender os princípios dessa mensagem, podemos facilmente entender o que é ou não algo apenas circunstancial no Antigo Testamento, nos quatro evangelhos, e nas epístolas do Novo Testamento. 

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